sexta-feira, 20 de março de 2015

Do que a maternidade nos traz

Há uns bons meses atrás (daqui a pouco faz um ano), estava eu com a Malu naquela mamada antes de dormir. Ela a entrar no sono profundo (an ran) e eu recebi uma inbox no Facebook de uma pessoa que eu não conhecia. Era um texto enorme, uma mensagem que me fez sentir cada palavra. A remetente era uma puérpera que tinha encontrado o blog ainda durante a gravidez, em uma pesquisa no Google sobre partos induzidos na Maternidade Júlio Dinis. Ela estava em uma situação parecida com a minha: quase nas 40 semanas e o médico a falar na indução. Procurava palavras de conforto, uma esperança de que talvez não precisasse daquilo. E não precisou. Dias depois de ler o meu relato, entrou em trabalho de parto espontaneamente. Na altura em que enviou-me a mensagem, já tinha a filha quase 2 meses e ela achou que fazia bem agradecer-me por compartilhar coisas tão minhas, mas que serviam aos outros como consolo, conforto ou mesmo espelho. Lembro-me de ter lido aquilo umas 3 vezes e ido às lágrimas ao contar para o José. Como eu era capaz daquilo? De dar esperanças a alguém que eu nem conhecia?

Aquela mensagem foi a primeira de muitas e aqueles meses os primeiros de alguns. Aquela puérpera era a Diana, mãe da Margarida, que vai a caminho dos 12 meses. Desde então, nós duas passamos por muito, por todas aquelas agruras e delícias que envolvem ter um bebê em casa. As noites menos tranquilas, a ida à creche, as doenças persistentes, os dias com menos paciência, mas também as primeiras palavras, passos, demonstrações de carinho. Transferimos essa relação do online para o offline e, sim, tornou-se minha amiga (espero que ela não venha aqui me contradizer. risos).

A meio do caminho, debatemo-nos as duas com a questão da recolocação profissional pós-maternidade. As duas jornalistas, com um histórico de rotinas malucas de plantão, sem qualquer desejo de retomá-las neste ponto da vida, mas com sede de resgatar o lado profissional. Um coaching, intenso, necessário. Fomos abrindo algumas portas, arrombando outras, levando com mais algumas na cara e as coisas foram seguindo seu curso.

A Diana tem uma paixão que ficou adormecida um tempo: a fotografia. Além disso, tem imenso talento. Não poderia ter outro resultado, decidiu arrancar com essa empreitada, que chamou Matte Fotografia. Como ela não poderia passar incólume pela maternidade, um dos focos do trabalho é fotografar bebê e crianças.

Este é um post homenagem-agradecimento-publicitário-orgulhoso porque vi o projeto nascer e sair da casca, vi a Margarida crescer e virar a linda que ela é e vi a Diana crescer  e ser a mãe e profissional que ela é agora, acima de tudo. Aquela mensagem não nos deixou indiferente e é por isso que estamos ainda por aqui. Ainda bem que a maternagem traz coisas e pessoas boas para o nosso lado, o percurso acaba por ser menos solitário porque sim, às vezes é.

Se vocês quiserem saber mais sobre a Matte e o trabalho da Diana, espreitem o blog do projeto e façam like na página do Facebook.

Para verem como o que eu falo não é da boca pra fora, deixo algumas fotos da sessão que ela fez comigo porque eu sou linda e mereço. Muaahh! Agora, sério. Não usamos maquiagem mesmo, exceto o batom, e o resultado...bem, vejam aí.